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Aprender a nadar

A molecada aprendia a nadar no poço fundo do córrego do Matadouro, córrego da Maria Baiana, na Pedra Escorregosa, na Cachoeirinha e às vezes, no córrego do Barro Preto, que ficava longe demais. Para começar nadava cachorrinho, batendo os pés e mãos, como um verdadeiro cachorro. Aprendia a mergulhar sem deixar entrar água no nariz. Aprendia a nadar de arrancão com as mãos, os pés e as pernas. Era obrigação: onde já se viu um moleque descalço, calças curtas e topetes lisos não saber nadar, caçar de estilingue, armar arapuca, jogar pião e bolinha de gude, soltar papagaio, assoviar altíssimo com os dois dedos nos lábios, jogar bafo com figurinhas de jogadores de futebol, rodar arco de ferro e pneus usados, brincar de salva, pique e de esconder? Foi naquele tempo, quando aquele bando de meninos crescia livremente nas ruas,
nos córregos, nos campinhos de futebol de pés descalços e sem vaidades, que encontramos toda a coragem para enfrentar o mundo como enfrentamos hoje, sem medo, sem lenço e sem documento.

Juvenil de Souza repete
que tudo que escreve aqui
são mentiras e invenções.



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Um comentário:

  1. Nadava arrancão tbem em Clevelândia, Paraná. Pensei que este estilo só existia lá. Onde vc aprendeu a nadar?
    Abraços

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