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No silêncio da mata

No silêncio da mata cerrada, os mosquitos intranqüilos zunem nas orelhas, um sabiá laranjeira gorjeia longe, uma rolinha canta dolente seu canto triste na tarde que cai. As árvores balançam os galhos e o vento varre as folhas verdolengas, os cipós se enroscam nos troncos, uma cobra verde passeia preguiçosamente na folhagem em busca de um presa fácil, talvez aquele passarinho marrom pintado ciscando o chão, também em busca de uma presa fácil. No chão de musgos e folhas secas apodrecendo vicejam samambaias de caule longo, as minhocas se enroscam na umidade escura e funda. Um raio de sol atravessa obliquamente o manto espesso e bate numa folha vermelha da sangra d’água amadurecendo sementes. Umas frutinhas vermelhas se destacam na sombra quente e suarenta. O pequeno arbusto oferece aos passarinhos suas frutas doces e macias, ardente como a mulher da vida oferece sua fonte de prazer aos homens ansiosos.
Ao nosso lado, caminha a moça de sandálias coloridas, achando graça em tudo, uma imagem romântica e bonita de vestido leve e transparente, uma flor nos cabelos lisos e sedosos. De repente, outro raio de sol brilha no sorriso escancarado para a beleza da vida.
Naquele instante, explode um beijo ardente e fugaz numa celebração da natureza, da vida e da felicidade daquele momento inesquecível. Isso foi há muito tempo, quando havia matas, árvores e a gente era jovem e bonitos...

Juvenil de Souza detesta matas, calor e mosquitos.

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