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Nomes e amores fugazes

A jaqueira do pastinho dos Titarelli ficava muito longe e era altíssima nos seus quase vinte metros de altura. As jacas ficavam lá em cima, inacessíveis, e alguns conseguiam pegar uma delas quando descia ofegante com a fruta pesadíssima nos braços. A jaca ainda verde era escondida entre os pés de banana e depois de alguns dias era saboreada com visgo e tudo, deixando os lábios dedos e mãos gosmentas.
A volta era pela matinha da Maria Pia cheia de esconderijos de bandidos, mocinhos, piratas e árvores com nomes desenhados a canivete nos troncos rugosos e retorcidos. Alguns nomes eram escritos nas cascas verdes dos bambus, mas desapareciam logo como amores fugazes e momentâneos.
Alguns nomes eram marcados nas árvores mais grossas. Será que o nome dolorido e dilacerante que a gente marcou numa tarde de domingo no tronco retorcido de jabuticaba do mato e que ainda queima em nosso coração, resistiu ao tempo?

Juvenil de Souza é contra
namorados escreverem nomes
em troncos de árvores porque
depois vão se arrepender.


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