
Aquele beijo foi meio sem querer, nem ela nem a gente sabia beijar e nem se aquilo era bom. A gente via beijos nos filmes, nas histórias em quadrinhos quando todos torciam para que o mocinho salvasse a mocinha daqueles bandidos malvados.
Mas aí, naquele momento, um olhou para o outro, houve uma atração assim como um ímã e nossas bocas grudaram. Os outros colegas sentados ao lado e atrás nas cadeiras do cinema ficaram espantados, mais que a gente. Depois, ela pegou minha mão de leve e assistimos o resto do filme como namorados. Dedos nos dedos a gente vivia um filme de verdade. Lá na tela, tudo era uma ilusão passageira, que voltava no domingo que vem.
Domingos que não voltaram e beijos que se perderam no ar, no tempo, na vida, nas esquinas e voltas que o mundo dá.
Juvenil de Souza só aprendeu
a beijar muito mais tarde.
Mas aí já era tarde.
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