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O pássaro dourado da juventude

Foi naquele tempo a descoberta de não saber o que pungia bem fundo dentro do coração, talvez o mapa secreto do amor, o sonho da fuga impossível para uma ilha desconhecida e deserta com a jovem amada, aventura sem fim... E as perguntas sem respostas que a gente não encontrava no “Livro dos Porquês“ do Tesouro da Juventude e em lugar nenhum. Era a juventude rebelde, descabida e sem medida que se esvaía – cada beijo, sapinho que nascia na boca; cada espinha, uma dor no coração; cada desejo, uma paixão fulminante; cada estrela apontada com o dedo, uma verruga a mais. Era a timidez infinita diante da menina de voz grave-doce, de suave olhar meigo e deslumbrante, que não sabia de nossa existência.
Eram tardes pungentes e sem fim, reveladas pelo tocar langoroso do sino da matriz anunciando a noite que chegava com seus mistérios e fantasmas. De tudo restou essa lembrança, às vezes sem nexo, que vai escorrendo pelos dedos como escorria a areia do fundo dos córregos límpidos de antigamente onde todos nadavam pelados...
Éramos jovens naquele tempo, queríamos conquistar o mundo, mas não conquistamos...

Juventeen de Souza nunca usou calca Lee desbotada, não tinha bicicleta e nem moto.
Antes da Juventude Transviada já era rebelde de carteirinha. E continua sendo.



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